terça-feira, 1 de setembro de 2015

Dias de cão, o drama da motinha, metas alcançadas

"Só mais 8km até o mecânico..."

Vejo um monte de gente comemorando o fim de Agosto, o famigerado mês de 31 dias e sem feriados. Para o Rei Pobre aqui o motivo de comemoração é que o mês foi realmente infernal.
Primeiro que meu poder de aporte foi destruído graças a gastos imprevistos e atraso - ou melhor, ausência - do salário da minha parceira. A empresa que ela trabalha não está aguentando a crise e os salários estão sofrendo atrasos e homologações, não sei até quando a pequena empresa ficará em pé, nem se ela vai receber os valores que estão se acumulando.
Me mantive forte, segurei os gastos onde pude e ainda consegui aportar um pouquinho ...ufa! Que alívio! Só que não...
O último imprevisto do mês foi de arrebentar minha moral e arrancar uma bela mordida do meu colchão de segurança. Fundiu o motor da Intrudinha.
Ela estava com um pequeno vazamento de óleo, a cada 24 horas parada se via 2-3 marcas de gotejamento no chão, então comprei uma garrafa de óleo e sempre que notava o nível baixar, completava o óleo. Pelo jeito o vazamento aumentou muito, talvez na estrada mesmo pois em nenhum momento vi poça de óleo, e o motor secou, pistão travou, tomei no toba.
Ficar sem condução em uma cidadezinha do interior paulista é FODA. Os horários de ônibus são esparsos e não batem um com o outro (você pega um ônibus, chega no terminal para pegar outro e esse outro saiu há 10 minutos, só tem outro em 1:30h). Descolei uma carona para metade do percurso matinal, o que me salvou de ter que acordar ás 4:00 da madrugada para sair pegando ônibus, mas á noite eu não tenho carona, então estou perdendo matérias por ter que sair bem mais cedo do curso para pegar o último ônibus que vai para onde moro.
Que inferno!
O que me deixa tranquilo é o meu colchão de segurança. Fico imaginando o quanto eu estaria fodido se fosse um Bonobo Brasilis Vulgaris que sempre fica zerado de grana uma semana antes do pagamento, aí se rola um mês cheio de imprevistos como esse se afunda até o último fio de cabelo em dívidas. Claro que to triste por ter perdido o aporte de um mês inteiro, mas podia ser infinitamente pior. Contas em dia, moto no mecânico que será pago á vista, tá faltando nada.
Nos próximos três meses vou repor esse buraco no colchão me apertando de leve, assim não prejudico novamente meus aportes. Se por um milagre minha parceira receber ela já deixou claro que faz questão de repor o colchão numa tacada só (isso seria lindo) além de aportar o que não aportou nesses últimos 60 dias (isso também seria lindo). Bom, vamos ás Metas 2015...

Típica imagem usada por vadias de RH para dizer que você deve se foder sorrindo e mal pago para atingir as "metas"

Assim como a maioria das pessoas, tracei algumas metas e objetivos para 2015. Uma dessas metas era voltar a cuidar da saúde bucal - vulgo ir ao dentista. Meus dentes estão amarelados, tenho uma porcaria de uma retenção que uso há uma década e juntou tártaro, to com dois dentes quebrados (um só uma lasquinha, outro la do fundo da boca quebrou ao meio). Ano passado cheguei a ir no dentista do SUS (it's free!) mas desisti...demoras, filas de espera gigantescas, consultório porco com gente porca. Decidi que esse ano iria enfiar a mão no bolso e bancar um tratamento pra voltar a ter uma sorrisão maneiro, então no início de Agosto fui fazer um orçamento e quase infartei...
Me falaram que o dente quebrado ao meio tá na bosta (ele quebrou por ser obturado, por erro da dentista que fez o trabalho ainda na minha infância ela cagou o dente todo) então teria que ser removido, feito tratamento de canal, prótese e os caralho a quatro. Um rápido infarto ao pensar na dor, outro na hora de receber o orçamento...QUASE UM PAU E MEIO NUMA MERDA DUMA PRÓTESE VAI TOMAR NO CU! É de ouro essa merda??? PORRA. Somado á todo o resto o orçamento beirou 3k...
Mandei a dentista se foder e fui ao recanto das demônias na empresa (RH) ver se tinha algum plano de saúde dental...para minha surpresa, sim! O plano que cobre todos os meus pepinos custa 45/mês, carência de 60 dias para os procedimentos mais simples e 180 para os mais fodidos (por exemplo essa prótese maldita). Eu odeio ir ao dentista, mas vou fazer esse plano valer a pena e tratar tudo que tenho direito, depois se for o caso eu cancelo.
A meta principal para 2015 será mais tensa...parar de fumar até Dezembro. Faltam 2 meses pra largar a muleta. Cacete...cacete...cacete...como é difícil abrir mão dessas pequenas chaminés...

QUE VENHA O FIM DE SEMANA+FERIADO!!! Que? Ainda é terça-feira!? :,(



segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Por quê o mundo não cala a boca?

CALEM-SE CALEM-SE VOCÊS ME DEIXAM LOOOOUCO!!!

Primeiro gostaria de pedir desculpas por ter ficado tanto tempo sem postar, vocês já vão entender o motivo...mas antes preciso desabafar!

DESABAFO: POR QUÊ O MUNDO NÃO CALA A BOCA?

Sério, to de saco cheio do barulho que as pessoas fazem. Não dá pra conversar baixo? Não dá pra ficar quieto? É realmente necessário falar um monte de asneiras o tempo todo??? Porra.
Quando almoço (sozinho, claro) no refeitório da empresa eu chego a perder o apetite com a tagarelice e barulheira que esses miseráveis fazem. Mulherada parece um bando de galinha cacarejando, e os bonobos rindo e competindo quem fala mais alto. No curso é a mesma coisa, basta o professor ficar em silêncio por 5 segundos e o povo já começa a competir quem fala ou ri mais alto.

CALEM A PORRA DA BOCA SEUS IMUNDOS.

Se eu não gostasse tanto de ouvir música eu juro que enfiaria uma chave de fenda nos ouvidos pra ficar surdo e não ter que aturar mais as barulheiras que esses chimpanzés selvagens fazem.

A Bagunça Que Minha Vida Se Tornou

Como comentei no post anterior, comecei um curso técnico (com duração e carga horária de um tecnólogo, porém gratuito). Todo santo dia eu to saindo de casa 6:30h e chegando as 23:00h, é insano. Eu sei que muita gente por aí faz isso ou até pior, mas na boa, isso num é vida. Acordar-trabalhar-estudar-dormir, com pequenas pausas para comer entre um e outro...PORRA! Se eu não precisasse tanto da qualificação desse curso juro que metia o pé, mas sinceramente não sei até quando aguento. Ta foda.
Com isso, obviamente, não ta sobrando tempo pra muita coisa. Só consegui fazer dois posts pro outro blog lá, longe da quantidade e qualidade que eu esperava. To achando que vou ter que meter o pé nisso, abrir o jogo com a galera lá e dizer que não tenho tempo. Esse blog aqui eu não vou abrir mão, afinal se eu não desabafar vou acabar ficando louco - e não to falando de desabafar com bonobos que só sabem dizer "a vida é assim mesmo" ou "você se acostuma". É ASSIM MESMO O CARALHO. ME ACOSTUMO O CARALHO, VÃO SE FODER.
No trabalho tá foda, não bastasse terem reduzido meu departamento a 50% de pessoal,ou seja, carga dobrada pros "sortudos" que restaram, um dos caras não aguentou e pediu a conta. Minha carga de trabalho e responsabilidade agora é 150% maior que há um ano atrás. Obviamente o salário não acompanhou, nem vai acompanhar. Bosta.
Fim de semana eu não tenho energia pra levantar minha bunda da cadeira do PC. Fico lá vegetando o dia todo, tentando repor um pouco da falta de lazer que tenho durante a semana. Eu poderia usar esse tempo pra escrever no blog ou fazer algo útil, mas na boa, não tá sobrando cabeça. Sinto uma necessidade absurda de ficar lá no meu canto tendo um pouco de diversão.
A grande vantagem dessa "vegetação" no PC é que meu inglês tá ficando absurdamente bom, pois eu parei de jogar jogos online com brasileiros. Semana passada a namorada passou o fim de semana na casa dos pais, eu fiquei dois dias inteiros só falando inglês... no domingo á noite minha língua chegou a dar umas enroladas ao falar português, foi engraçado. Essa galera estrangeira é composta de alemães, finlandeses e canadenses, ou seja, cultura e comportamento MUITO diferente (pra melhor, muito melhor) da HU3HU3BR. É muito bom conversar com eles, eles falam e dão risada como gente, não me incomodam nem um pouco. Acho que isso prova que eu realmente não fui feito pra morar nesse chiqueiro do Bostil.

Nas últimas duas semanas eu to bebendo pra caralho.
Quase todo dia antes do curso eu paro no boteco e viro umas cervejas, no fim de semana eu viro engradado e até uns destilados porcaria com refrigerante. Isso anestesia a mente e alivia o sofrimento, mas eu sei que é uma merda e meu fígado não tá feliz.

Pelo menos meu dinheiro tá aumentando enquanto tá todo mundo aí chorando por causa da crise...

E VÃO FAZER PIADINHA COM MANIFESTAÇÃO LA NO CHIQUEIRO QUE VOCÊS CHAMAM DE CASA, ESQUERDISTAS PORCOS LIXOSOS QUE GOSTAM DE NADAR NA MERDA

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Minha Guerra Contra o Relógio

Me dá um tempo, cacete!!!

Até pouco tempo atrás minha vida estava bastante tranquila, sendo que minha rotina era acordar, ir pro trabalho, trabalhar 9 horas, voltar pra casa, jogatina no PC, dormir, repetir tudo. Aos fins de semana jogar no PC, duas a quatro vezes por mês praticando algum outro hobby como RPG de mesa ou Paintball com os amigos.

Pra um cara com quase 30 anos já sem tanta disposição, estava muito bem e só um pouco entediante, aí eu juro que não sei o que deu na minha cabeça e eu comecei a preencher minhas horas com uma avalanche de tarefas novas e me dói a cabeça pensar como irei administrar tudo isso.

Primeiro eu me enfiei em um novo hobby: board games. Não que isso seja muito diferente do RPG, mas está gerando novas necessidades e isso também demanda tempo em especial no fim de semana.

Depois decidi voltar a estudar, as aulas começam na próxima segunda-feira e vão mudar 100% minha rotina nos dias de semana. Nada de chegar "cedo" em casa e relaxar por algumas horas, com conforto, comida, banho, sexo e jogos á disposição... os próximos dois anos estarão fadados a salgados de boteco gordurosos pro jantar e horas sentado em cadeiras duras lixosas sem conforto algum pra minha bunda magrela e costas, chegando quase meia noite fodido de cansado em casa. Alguém sabe quem foi o filho da puta que inventou essa história que a gente não deve parar de estudar nunca? Quero mandar matar esse cuzão.

Prevendo minha motivação e alegria indo pro curso...

Não estando contente com tudo isso comecei o blog - ótima ideia, preciso e vou precisar desabafar - mas também aceitei escrever para OUTRO blog sobre hobbies nerds. Eu só aceitei por ser parte integral de um portal nerd razoavelmente grande e famoso, é provável que isso gere renda extra e brindes se der certo. Enfim, escrever para um blog é tranquilo, para dois já nem tanto, ainda mais quando um demanda uma certa frequência de conteúdo.

Parece que a princípio um dos meus hobbies será praticamente extinto (jogos de PC). Espero que eu tenha disposição para continuar a jogar paintball, já que é o único exercício físico que pratico. Do RPG e afins não quero abrir mão, já que é minha ponte para reunir meus melhores e mais velhos amigos e socializar sem ouvir babaquices bonobas.

Preciso organizar meu tempo, caso contrário não sei se vou aguentar essa rotina.

Nota mental: Não arrumar mais nenhum pepino pra cabeça durante os próximos dois anos.

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ALGUÉM TEM ALGUMA DICA DE COMO TER MAIS ENERGIA PRA AGUENTAR ISSO TUDO?? ALIMENTAÇÃO ESPECIAL? MEDICAMENTOS? GUARANÁ EM PÓ!?!?!?

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Como Dormir Tranquilo Em Tempos de Crise

Rei Pobre se preparando para dormir tranquilo com seu colchão de segurança

Não é segredo que o Brasil está passando pela maior crise desde o início dos anos 90. Muita gente perdeu sua fonte de renda, seja emprego, seja empreendimento, ou está por um fio contando apenas com a sorte para não se unir a lista dos desempregados - meu caso, infelizmente.

A verdade é que se você possui um empreendimento, trabalho autônomo ou trabalha na iniciativa privada, você está sempre correndo o risco de perder tua fonte de renda. Uma crise, um ano ruim, um projeto mal executado, um corte no orçamento e você já era. Esse é um dos maiores estupros que um pobre como nós pode sofrer, planos, sonhos, relacionamentos e famílias se esfarelam quando isso acontece. Dívidas surgem para suprir as necessidades básicas, minando a busca pelo Império Pessoal. Como sobreviver, então, a esse risco sempre iminente?

Eu lhe apresento o Colchão de Segurança!

Colchão de Segurança é um valor investido em um fundo de baixo risco que possa ser sacado em caso de emergência (Poupança, LCI, Tesouro Direto, etc) em um plano que você cria para si próprio, poupando um valor pré-determinado por teus ganhos e necessidades. É como um fundo de garantia, que te protege em caso de crise, desemprego e qualquer tipo de emergência financeira grave. Esse plano é tão funcional que não é oferecido em nenhum banco ou seguradora, pois obviamente o único que sai ganhando com ele é VOCÊ!
Com ele você não depende mais de valores rescisórios e Seguro Desemprego para sobreviver um período sem renda, podendo assim buscar uma nova renda sem desespero. Além disso, esse fundo pode ser utilizado para algum gasto emergencial inesperado sem precisar criar dívidas. Se bem investido esse fundo ainda irá trabalhar para você, gerando juros que aumentam ainda mais teu Colchão e tua segurança. Lembrando que o Colchão de Segurança É um patrimônio, porém você deve separá-lo dos demais investimentos, nada de usá-lo para comprar carro, casa, fazer uma merda de uma tatuagem gigante, etc.

Como criar um Colchão de Segurança?

Primeiro analise teu perfil e defina se é de Baixo, Médio ou Alto risco:

Baixo risco: Funcionário com muitos anos no emprego atual; curriculum muito competitivo; sem risco de demissão iminente em empresa com baixo risco de falência; possui uma segunda fonte de renda capaz de suprir gastos básicos.
Quanto você deve poupar: O suficiente para 3 meses.

Médio risco: Autônomo com vários anos de atuação e carteira sólida de clientes; funcionário com pouca experiência e/ou menos de dois anos no emprego atual; funcionário de empresa em crise.
Quanto você deve poupar: O suficiente para 4-6 meses.


Perdeu o emprego durante a crise e não tem colchão de segurança?
Chora...!!

Alto risco: Autônomo iniciando carreira ou explorando um novo mercado; funcionário em emprego novo ou em empresa quebrando; empreendedores de todos os tipos.
Quanto você deve poupar: O suficiente para 7-12 meses.

Agora defina como você planeja viver sem sua fonte de renda:

Frugalidade: O Colchão irá apenas suprir seus gastos fixos e necessidades básicas, como alimentação, porém abrindo mão de todo tipo de luxo, como TV a cabo ou planos caros de internet e celular, além de planos de saúde, odontológicos, etc.
Quanto você deve poupar: Apenas o valor de seus gastos fixos mais básicos no mês (sem luxos) + valor gasto em necessidades básicas (também sem luxos, nada de pacote de meio kg de Doritos quando for ás compras) pelo tempo definido pelo risco.

Econômico: Além dos gastos fixos e necessidades básicas, o Colchão terá uma folga para suprir alguns luxos como TV a cabo, internet rápida e celular. Isso permite algum conforto até que uma nova fonte de renda seja conquistada.
Quanto você deve poupar: O valor de TODOS seus gastos fixos +10-50% deste valor. Exemplo: Se teus gastos fixos são R$500,00, guarde de R$550,00 a R$750,00 por mês, pelo tempo definido pelo risco.

Normal: Corresponde a teu modo de vida atual, caso você já não viva em economia ou frugalidade.
Quanto você deve poupar: 100% de seu salário líquido pelo tempo definido pelo risco.

Luxo: Caso você pretenda "aproveitar" um eventual desemprego para tirar umas boas férias.
Quanto você deve poupar: 100% de seu salário líquido pelo dobro ou triplo do tempo definido pelo risco.

Caso você suspeite que precise de um colchão maior do que tua análise recomenda, então FAÇA. Quanto maior, melhor!

Exemplos:
José é torneiro mecânico há 10 anos na mesma empresa, ganha R$2.000,00/mês líquido e seu gasto fixo é de, em média, R$1.000,00/mês. A empresa de José vai bem, José tem bons valores rescisórios e seguro desemprego em caso de demissão, portanto se define como Risco Baixo (3 meses). José acha melhor viver sem luxos em caso de demissão, portanto planeja para si o Colchão Econômico com 30% de folga (R$1.000,00 + 30% = R$1.300,00). José chega a conclusão que precisa de um colchão de R$3.900,00, então arredondou pra cima, juntou dinheiro e investiu R$4.000,00 no Tesouro Direto com rendimento médio de (por exemplo) 9,8% ao ano (já excluindo taxas e impostos). Depois de 3 anos, José é demitido em um corte súbito de pessoal, mas está tranquilo pois possui um Colchão de Segurança cujo valor agora excede R$5.000,00! José sai em busca de emprego com muita tranquilidade, podendo se dar ao luxo de negar as propostas ruins.

Pafúncio (kkkk) é um representante de vendas, trabalha com auto-peças, principalmente pneus. Há 3 anos no ramo, possui uma carteira interessante de clientes e seus ganhos mensais são, em média, R$1.500,00. Como ele depende de comissão, qualquer balanço no mercado afeta diretamente sobre seus ganhos e qualquer crise pode cessá-lo imediatamente. Pafúncio define que seu risco é Alto. Como não consegue abrir mão de seu modo de vida Zumbi Matrixiano hedonista para guardar uma boa proporção de dinheiro, opta por um colchão Frugal, apenas para dormir tranquilo por não mais correr o risco de passar fome. Seus custos fixos sem luxos são de apenas R$300,00. Durante 5 meses ele guarda R$300,00 na Poupança (rendimento 6% ao ano), num total de R$1.500,00. Depois de apenas um ano a empresa que Pafúncio representa recebe uma multa milionária por danos ambientais e cessa sua atividade no estado de Pafúncio. Sem seu carro chefe nas vendas, Pafúncio é obrigado a buscar outra representação e convencer todos os seus clientes a comprar dessa nova empresa. Durante 3 meses ele não vende, não recebe dinheiro algum, se não fosse pelo amparo de seu Colchão de Segurança seria obrigado a fazer dívidas para não passar fome, pagar conta de luz, etc.

Todos sabemos que em época de crise é bem mais difícil conseguir emprego do que em tempos normais, portanto se você ainda não possui um colchão de segurança já passou da hora de começar a construir um!!! Pare de pensar que você está amparado por Seguro Desemprego e pelos valores rescisórios, pois você nunca sabe exatamente quanto tempo levará para conseguir uma nova fonte de renda.

Colchão de Segurança JÁ!!

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CACETE DE SITE DA RECEITA FEDERAL QUE SÓ DÁ PAU QUANDO TENTO CONSULTAR A RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA! MERDA DE PORCARIA SUPERFATURADA PODRE ESSE SITE

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Porque Ganhar Mais NÃO é Sinônimo de Riqueza

Cena comum no dia-a-dia do Rei Pobre da Montanha contra as hordas de Zumbi Bonobos da Matrix

No post anterior toquei em um ponto que considero interessante o suficiente para render um post só pra isso: "O segredo para construir um bom Império Pessoal não está somente no QUANTO se ganha, mas no QUANTO SE GASTA".

Isso quer dizer que um cara que ganha pouco pode construir um patrimônio maior que um cara que ganha mais? Sim!

Vamos analisar o exemplo de dois caras com salários idênticos, porém com comportamentos diferentes, sendo um o clássico Zumbi Bonobo da Matrix e outro o Rei Pobre em busca de patrimônio. Para simplificar o entendimento só será levado em conta aplicações na Poupança com "rendimento" anual de 6%.
Para o exemplo usarei o salário líquido de 1250/mês.

- O Zumbi vive reclamando que não tem dinheiro e com razão. Pegou um carro popular lixoso de plástico (populixo) financiado - valor á vista 25 mil - o qual consome 800 reais/mês de seu salário apenas no financiamento, além de custos diversos como gasolina, impostos, pedágio, seguro. O que sobra dessa conta é usado para suas vontades e necessidades, jamais poupando sequer um centavo.
Em 4 anos o Zumbi quitou o carro, pagando a totalidade de R$38.400,00 para a financeira. O Zumbi não investiu nenhum dinheiro e O valor de venda do carro agora é de aproximadamente 15 mil, portanto esse é seu patrimônio: 15 mil.
Renda líquida gerada pelo salário em 4 anos: R$60.000,00
Patrimônio: R$15.000,00

Análise: O Zumbi literalmente jogou R$45.000,00 ao vento, apenas por cair no conto do "é necessário ter um carro". Nesse período de 4 anos com certeza passou muito stress e dificuldades e perdeu o sono várias vezes devido á falta de dinheiro e medo de precisar fazer algum gasto imprevisto, perder o emprego, etc.

- O Rei Pobre optou por não financiar nenhum veículo para não perder dinheiro com juros e despesas extras, decidindo usar um transporte público para se locomover. Definiu que seus gastos fixos mensais seriam de 450 reais e o resto seria aportado na poupança. Apesar de sofrer pressão social por não ter o objeto que mais representa status para os Zumbis, ele passou tranquilo 4 anos dessa maneira, assegurado contra qualquer imprevisto.
Renda líquida gerada em 4 anos: R$60.000,00
Aportes mensais: R$800,00
Aporte total em 4 anos: R$38.400,00
Rendimento total da poupança (continha de padaria, computei apenas a porcentagem anual): Ano 1: R$576,00 - Ano 2: R$1.186,56 - Ano 3: R$1.799,19 - Ano 4: R$2.411,95
Patrimônio: R$40.811,95

Análise: Apesar de sofrer pressões sociais e tentações diárias, o Rei Pobre se manteve firme, com a vantagem de dormir tranquilo todas as noites, sabendo que nenhum imprevisto, crise ou desemprego o levaria ao fundo do poço. Seu patrimônio se tornou um Colchão de Segurança (falarei sobre isso no futuro).

Sentiu a diferença? Ao fim do período de 4 anos o Zumbi perdeu muito dinheiro e construiu um patrimônio pequeno, enquanto o Rei Pobre acumulou quase o triplo e isso só com aportes na poupança que é uma opção fraca de investimento! Se o Zumbi tivesse passado 4 anos torrando o dinheiro em gastos ainda mais supérfluos, como balada e eletrônicos descartáveis, nem esse pequeno patrimônio ele teria, seriam 4 anos literalmente jogados no lixo em termos de desenvolvimento financeiro.

"Rei Pobre, o que eu faço com meu salário 'X' para conquistar meu Império Pessoal?"

O salário é assim, ó? Rei Pobre da Montanha vai te ajudar.

Salário INFERIOR a 1000 reais/mês líquido.
Se esse é teu caso, sinto muito, você é um fodido. Comece a investir IMEDIATAMENTE em estudos como cursos técnicos gratuitos (SENAI, ETEC, etc), línguas ou qualquer coisa que lhe abra portas para salários maiores. Busque uma vida de frugalidade extrema (já assistiu a série "Todo Mundo Odeia o Chris"? Seja igual ao Julius), invista em estudo e aporte o que puder.

Salário de 1000-2000 reais/mês líquido.
Não torre dinheiro em baladas, eletrônicos, roupinhas novas e viagens pro litoral com seus amigos, regadas a duzias de caixas de cerveja escrota de milho. Aporte de 50%-70% do salário (dependendo de quanto ganha e dos teus custos) e invista em estudo para conquistar um salário melhor, caso contrário levará  no mínimo duas décadas para conquistar seu Império Pessoal.

Salário de 2000-3000 reais/mês líquido.
Aqui o poder de aporte começa a ficar interessante e você deve explorá-lo, porém as armadilhas da Matrix também são violentas nessa faixa salarial - vão te oferecer crédito aos montes, financiamentos, etc. Se você não se deixar levar pelos gastos supérfluos e aportar forte ao menos 50% do salário, terá um bom Império Pessoal em menos de uma década.

Salário de 3000-4000 reais/mês líquido.
Uma faixa interessante que permite escolhas, como buscar o Império Pessoal com algum conforto, aportando como na faixa salarial de 2-3k e usando o resto para satisfazer suas vontades e se incluir socialmente, ou então continuar aportando com força para conquistar seu Império Pessoal rapidamente.

Salário de 4000-5000+ reais/mês líquido.
Se você recebe isso ou mais, NÃO CONTE PARA NINGUÉM. Nem para tua mãe, não para tua namorada/esposa, nem pra tua sombra. A pressão social para que você demonstre status e torre dinheiro pesa muito, muito mesmo aqui pois a Matrix teme seu poder de aporte e conquista. Se souber aplicar teu dinheiro é possível conquistar um Império Pessoal excelente e até mesmo a "lendária" Independência Financeira. Se este é teu caso, recomendo muito a leitura do blog do meu amigo Pobretão de Vida Ruim, lá você verá na prática o que é possível conquistar em apenas cinco anos de frugalidade e investimentos com essa faixa salarial.

Desde pequenos somos levados a acreditar que para ser rico é preciso buscar salários poderosos para conquistar nossos sonhos, agora você sabe que isso é apenas uma meia verdade. Mais vale um salário de R$2.000,00 na mão de um Rei Pobre que um salário de R$4.000,00 na mão de um Zumbi Bonobo hedonista.

Até a próxima!

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APROVARAM A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL!! CHUPA BANDIDAGEM "DI MENOR"! CHUPA ESQUERDOPATAS DE MERDA!

terça-feira, 30 de junho de 2015

O Rei Pobre e A Busca Pelo Império Pessoal

Parece até nome de filme, tipo Harry Potter e a Pedra Filosofal...

Escolhi esse nome para o blog somando meu apelido, minha situação financeira e algo que defino como Império Pessoal, criando uma oportuna semelhança ao termo "King of the hill". 

O Império Pessoal não é exatamente uma teoria, é mais uma espécie de template (modelo) básico de fundamento para o ser humano. É como a fundação de uma casa, se você não faz ou faz mal, uma hora as paredes e o piso racham e a casa pode desmoronar. É algo tão básico, mas hoje é amplamente ignorado pela maior parte das pessoas que conheço.

Desde a pré-história, lá no tempo das cavernas, o homem buscava seu Império: Construía seu lar em uma caverna acolhedora, saía para caçar, conquistava uma mulher para cuidar do lar, do próprio homem e de seus herdeiros. Isso fez a espécie crescer, expandir e evoluir. Os filhos homens aprendiam com o pai a caçar, as filhas mulheres a cuidar do homem e do lar.
Avançando para épocas mais civilizadas, ainda encontramos esse mesmo conceito básico sendo aplicado, agora em diferentes escalas independente da civilização. Do Egito Antigo á Roma ou Oriente, até as idades Média e Moderna, temos o homem comum ainda buscando construir um lar, cultivar, caçar ou trabalhar a troco de alimento e posses e a conquista por uma mulher que seria responsável por manter seus conquistas. Em outra escala haviam os homens cuja genética havia evoluído de maneira mais eficiente, se destacando dos demais e criando pessoas poderosas, como Faraós e governantes, os quais regiam não apenas seus Impérios Pessoais, mas também Impérios Comunitários - a junção de todos os Impérios Pessoais, ou seja, a sociedade.
Percebe alguma semelhança com a era em que vivemos e como algo tão básico se tornou complexo e, muitas vezes, ausente?

Hoje nos desfazemos desse conceito quando:
- Adquirimos bens extremamente supérfluos e sem duração, como smartphones caríssimos e carros feitos para durar poucos anos.
- Não juntamos patrimônio, e sim dívidas - todo salário é gasto até o recebimento do próximo, muitas vezes antes mesmo do próximo.
- Nos contentamos com lares que não possuímos de verdade (alugados, financiados).
- Não educamos nossos filhos homens para que busquem seu Império, nem filhas mulheres para que cuidem de um Império e sejam a ponte para a evolução ao cuidar com zelo de seus herdeiros. Educamos AMBOS apenas para que busquem salários, apenas salários.
- Nos tornamos fracos e excessivamente medrosos em relação ao futuro e a morte.

Vou explicar minha opinião sobre cada um desses pontos.

Os bens supérfluos
O ser humano é ganancioso por natureza, é condenado pelo próprio instinto e natureza a conquistar. Quando achamos que estamos sendo conquistadores de algo ao adquirir um bem completamente supérfluo, na verdade estamos sendo conquistados por Impérios mais poderosos - no caso, empresários e políticos. Quanto mais o povo gasta, mais as empresas faturam e maior o controle político sobre a população. É o famoso Sistema, um esquema poderoso para manter os Impérios Pessoais pequenos e dependentes, falsos ou inexistentes, manter o homem comum fraco. É como a Matrix, do filme homônimo, vendendo a ilusão de uma vida boa quando na verdade te mantêm preso e controlado em uma cela.

Dívidas e ausência de patrimônio
Faz parte do sistema citado acima. A Matrix diz ao homem "Você PRECISA de um carro para ter conforto e ser aceito", "você PRECISA desse celular moderno", "você PRECISA viajar sempre que possível para ser feliz", "você PRECISA de tudo isso AGORA, você PRECISA da primeira mulher que aparecer seja lá como ela for, pois amanhã pode ser tarde demais...", ao mesmo tempo que diz para a mulher "você PRECISA trabalhar como o homem pois dona-de-casa é pra derrotadas", "você PRECISA conquistar o que o homem também conquista, caso contrário viverá ás sombras dele", "você PRECISA aceitar apenas homens que aceitam o que nós (a Matrix) impõe", "além disso, você PRECISA de tudo que o homem também PRECISA, e AGORA!". Percebe como tudo isso faz ruir o Império Pessoal? Percebe como tudo isso impõe que você gaste tudo, independente de quanto você ganha e continue achando sempre insuficiente? Percebe como isso destrói a evolução do ser humano ao ignorar a busca por aprimoramento genético, criando povos cada vez mais ignorantes e conformados?

Os lares falsos
O lar é a base de operações do homem, o refúgio da família, sua pedra fundadora. Quando aceitamos desde jovens todos os "você PRECISA" que a Matrix impõe, ficamos impossibilitados de construir um lar de verdade e nos sujeitamos a aluguéis, a financiamentos que duram décadas e a juros altíssimos que irão te manter "no cabresto" por anos á fio. E não venha me dizer "a casa é minha" quando seu imóvel está financiado, pois não, não é seu, é da financeira, foi comprado com o dinheiro da financeira e você levará DÉCADAS para terminar de pagar para a financeira e então tê-lo de verdade. Quer fazer um teste? Deixe de pagar.

A educação errada
A criança nasce, passa poucos anos sendo instruída e então vai pra creche ser educada fora do lar, quando não vai fica em casa sendo instruída pela televisão (que ensinará desde cedo que ter bens supérfluos "é muito importante e satisfatório"). Aí ela vai para a escola sofrer pressão social e aprender a passar em vestibular "para no futuro ter um bom emprego", vai para a faculdade para "ter um bom emprego", sai da faculdade e vai buscar o bom emprego...para QUÊ? Salário. Para QUÊ? Para gastar com tudo aquilo que o sistema esfrega na tua cara ao longo dos anos e ser mais uma mula adestrada que se acha superior. Esse erro vem sendo cometido por nossos avós, por nossos pais e agora pela minha própria geração. Nós não fomos instruídos a construir vidas sólidas e fazer planos concretos, nós somos instruídos a ganhar sempre mais e a gastar sempre mais. O segredo para construir um bom Império Pessoal não está somente no QUANTO se ganha, mas no QUANTO SE GASTA.

O medo do futuro e da morte
A vida é curta? É. Pra caramba. Isso significa que você vai morrer daqui a 30 minutos? Não. Daqui uma semana? Um mês? Um ano? Uma década? Talvez, mas a chance é muito pequena, acredite. Agora me diga, se você torrar toda a sua grana pelos próximos 10 anos, qual será a chance de ter algum patrimônio ao final desse tempo? ZERO. Você estará exatamente onde está hoje, financiando a mesma porcaria de carro popular "do ano", o mesmo eletrônico top de linha, um lar que nem é seu.
"Mas Rei Pobre da Montanha, se eu só guardar dinheiro e morrer antes de conquistar meu Império Pessoal não terei aproveitado a vida!". 
Você prefere viver no Carpe Diem SABENDO que será pobre pro resto da vida e sendo iludido que "um dia vai melhorar, vai chover dinheiro do céu direto no meu bolso e ficarei rico" ou criando uma oportunidade REAL de construir seu Império?

É possível sair desse sistema? Sim. É doloroso no inicio pois existe uma terrível pressão social causada pelos zumbis que estão enfiados até os cabelos na Matrix, mas os resultados começam a se apresentar muito antes do que você imagina, muito mesmo.

Meu Império Pessoal ainda está meio longe, a jornada mal chegou a metade, mas tenho certeza absoluta que irei conquistá-lo. Doa o quanto doer, minha vida vai deixar de ser uma merda quando eu chegar lá.

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E FOTINHA DE ARCO-ÍRIS NO PERFIL DE FACEBOOK É MINHA PICA ORBITANDO A LUA, SEUS MIMIMI GAYZISTAS PAU NO CU.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Vida de merda.

Minha vida é uma merda.
Escolhi essa frase como a primeira do blog por definir bem o que está por vir aqui. Minha vida é uma merda e nesse blog farei meus desabafos sobre a vida, a rotina, finanças, relacionamento e esse país infernal que vivo.
Meu apelido é Montanha mas não, não sou o cara grandalhão que você espera encontrar portando esse apelido. Sou um cara alto, magrelo dos braços finíssimos e pernas desproporcionalmente longas, do tipo que tem que mandar ajustar as calças pra não ficar com as canelas finas e peludas á mostra.
Também sou pobre e sempre fui. Meu pai é workaholic, estudioso, mas um fracasso em finanças pessoais, sendo levado á falência diversas vezes mesmo tendo passado por empregos com salários poderosos. Minha mãe é uma mulher bastante conservadora e submissa, do tipo que se prontifica a cuidar do marido, da casa e dos filhos sem pestanejar, um bom exemplo de mulher.
Contarei mais detalhes sobre minha vida, separando em fases:

Infância (1-10 anos)
Esse porte físico me acompanha desde a infância, onde fez que eu sofresse bastante com os coleguinhas presenteados com melhor genética e mulheres em geral - que pelo visto aprendem desde o berço como destruir um homem feio.
Estudei sempre em escola pública, dividindo espaço com todo tipo de futuro marginal, mulheres feias que se achavam merecedoras de bajulação e pobres de todos os tipos. Ao menos tive bons professores...até a 4ª série...
Apesar de tudo eu era um sonhador, acho que nessa idade todos nos somos. Sonhava em ser rico, em ter uma casa poderosa, ter uma bela esposa, conhecer o mundo inteiro, fazer coisas merecedoras de respeito e mérito. Pfff...

Típica recepção calorosa diária dos amiguinhos - substitua os tomates por "terrões".

Aborrescência (11-17 anos)
Uma época ingrata e infeliz. Minha feiúra, pobreza e magrelice combinavam em um perfeito repelente de mulheres, a testosterona fervendo fazia com que me envolvesse em constantes brigas com os outros moleques, mas como eu não tinha porte físico nem amigos acabava sempre apanhando. Meus professores eram desmotivados e o pior era o de matemática, alcoólatra, chegava fedendo a cachaça e cambaleando todo dia, o que me fez perder praticamente todo o ensino de matemática da 5ª a 8ª série.
No ensino médio fui parar em uma escola onde branquelos como eu eram raros e a cultura do gueto predominava. As mulheres lambiam o saco dos marginais, os marginais desciam o sarrafo em caras como eu. Estudar era impossível, já que quem tirava notas acima de razoável era motivo de chachota. Minha rotina era, basicamente, levantar bem cedo, caminhar 1km até o ponto de ônibus e depois subir uma maldita rua ingrime correndo feito um retardado pra chegar no horário, chegar na escola suado e fedendo e ser humilhado das 7:00 ao meio dia, ficar 1 hora no ponto esperando ônibus, caminhar mais 1km, passar a tarde jogando video-game e se masturbando pensando naquela vileira rabuda da classe. Lixo.
Por volta dos 16 anos fiz um curso técnico onde os alunos eram muito diferentes. Os pobres não eram marginais e os melhor-afortunados eram nerds. Adorava esse curso pois lá eu não apanhava nem era humilhado e tirar boas notas não era motivo pra ser zoado. Isso melhorou um pouco minha auto estima, comecei a fazer academia e finalmente ter acesso a mulheres e ao sexo.

Juventude adulta (18-25 anos)
Quando o curso técnico acabou eu me vi novamente em um mundo cruel. Comecei a trabalhar e era humilhado diariamente por chefes tetinhas e funcionários mais velhos que me tratavam como lixo. Não tinha muito contato com os amigos que fiz no curso, já que estavam todos indo pra faculdade. Faculdade? Não, não consegui fazer. Recebia muito pouco pra pagar um curso, o falido do meu pai não tinha condições de bancar nem faculdade nem cursinho e o estudo precário que tive não me permitiu passar nos vestibulares poderosos das federais. Que tristeza.
Foi aí que um dos poucos amigos de infância se mudou pra São Paulo -sim, a cidade- e me chamou pra conhecer umas baladas que ele frequentava. Baladas góticas.
Me surpreendi ao encontrar muita gente em situação emocional parecida com a minha, um bando de fudidos tristes e rejeitados, que decidiram abraçar de vez a rejeição para se aceitarem entre eles próprios. Me juntei a eles. De cabelo comprido, unhas e olhos pintados de preto eu ia pra balada, passando por muitas pessoas que riam e me humilhavam no caminho, mas sendo bem recebido pelos frequentadores das baladas, tendo acesso a mulheres medianas e supra-medianas branquíssimas fantasiadas de vampirinhas e lolitas. Era um misto de fracasso e sucesso. Nesse meio encontrei uma garota e fiz a maior merda da minha vida: me casei com ela sem planejamento algum. Eu tinha 20 anos e ganhava uns 750 reais/mês na época, ela tinha 17 e ainda estudava no colégio.
Sem apoio financeiro familiar (ela era mais pobre fudida que eu), fomos morar juntos num escritório abandonado - resquício de uma empresa que minha família montou no passado e faliu. Não tinha banheiro interno, não tinha cozinha, eram apenas 3 cômodos vazios entupidos de poeira e insetos mortos. Me enfiei de cabeça em dívidas, transformei aquilo em casa e com o casamento vieram móveis toscos de Casas Bahia, bom, a cavalo dado não se olha os dentes, era melhor que nada.
As dívidas destruíam minha mente e ajudavam a conturbar o relacionamento que já não mais era fácil - sabe quando dizem que uma coisa é namorar, cada um em sua casa, e outra é viver juntos? Então...
A motivação ruía, não tinha forças nem pra permanecer nos subempregos que conseguia. O ápice da miséria foi quando aceitei um emprego de vendedor 100% comissionado, sem salário fixo, mas não conseguia vender nada. Minha mulher fazia bico de manicure, ganhava cerca de 250 reais por mês e com isso a gente "vivia". Passei meses guardando almoço para ter algo na janta, mas era orgulhoso demais pra tomar alguma medida como vender bala em semáforo ou segurar placa em formato de seta em cruzamento pra imobiliárias.
Então surgiu a oportunidade de nos mudarmos para São Paulo, pois minha sogra tinha uma casa de fundos vaga e recebi uma proposta de emprego "excelente" (1100 reais por mês...meu deus como pude achar isso bom um dia?). Nos mudamos para São Paulo e a situação financeira rapidamente melhorou, porém a situação social desmoronou. Eu perdi contato com meus amigos, eu não ia mais naquelas baladas nem tinha mais o cabelão que molhava algumas poucas calcinhas. Minha mulher se tornava mais gorda, feia e descuidada a cada mês que passava. Com a situação financeira melhorando finalmente se tornou possível bancar uma faculdade, mas então cometi outro erro monstruoso: decidi que ELA faria o curso e então, quando terminasse, eu faria também.
Pouco depois que começou a estudar ela recebeu ofertas de emprego com salários muito superiores ao meu (1500 a 1800 reais) que ela, obviamente, abraçou. E aí nossa situação virou do avesso, já que ela se sentiu no direito de controlar as contas da casa e o destino do dinheiro. Comprou um carro, populixo, financiado em 72x sem entrada (existe negócio pior na face da terra?). Eu fui contra, mas não tinha mais poder em casa. Ela ascendia na carreira, recebendo salários cada vez maiores, fazendo amigos no trabalho e happy hours enquanto o retardado mental aqui se isolava do mundo em casa, deprimido, jogando joguinhos no pc, fumando, bebendo álcool e me masturbando, já que sexo era coisa rara e eu mal sentia prazer com aquela hipopótamo. Comecei a perder fome, sono, vontade de viver. As brigas eram constantes e eu sempre saia perdendo. Era humilhante. Certos dias me pegava torcendo para que ela morresse em um acidente de carro indo ou voltando do trabalho, assim eu ficaria com tudo e cairia fora daquela situação.
Em certo ponto ela, aquela coisa gorda horripilante e sem coração, decidiu mostrar um pouco de solidariedade e decidiu que compraríamos uma moto fodona estradeira (sou apaixonado por motos estilo Harley Davidson). E lá vamos nós financiar outro veículo em 48x...
Comecei a fazer pequenas viagens, me envolver com motoclubes e conhecer pessoas razoavelmente felizes. Comparava essas pessoas á minha situação e sentia nojo de eu mesmo, nojo da mulher que eu tinha. Tomei coragem e pedi o divórcio.

True story...

Vida adulta (25-29 anos)
O divórcio foi bizarro. Eu havia acabado de fazer 25 anos e perdi tudo. Cinco anos literalmente jogados no lixo. Todo o esforço investido naquele carro, naquela faculdade, nos eletrodomésticos. Fiquei com a moto e suas dívidas ainda fresquinhas e até isso a vadia tentou tirar de mim. Ainda bem que não tivemos filhos! Voltei para a casa dos meus pais, já que a casa que montei no passado estava "emprestada" para meu irmão. Fui trabalhar na empresinha do meu pai (a qual tenho 50% de sociedade, mas só por razões legais, mando porra nenhuma la), recebendo salário de funcionário ralé e trabalhando feito dono, sendo humilhado pelo meu pai que é um cuzão de marca maior. Recebia o suficiente pra pagar a moto e ainda sair pra baladas me embebedar e caçar mulheres, além de fazer algumas viagens de moto. Sentia a vida voltando para dentro de mim.
Quando a vida finalmente se estabilizou conheci uma garota muito bonita e correta, pobre mas de boa família, acabei me apaixonando e namorando, mas dessa vez sem botar os burros na frente da carroça. Quitei a moto, quebrei o cartão de crédito e comecei a guardar dinheiro. Meu irmão devolveu a casa, me mudei pra lá denovo. Recebi uma proposta de emprego excelente, oferecendo R$2.400,00 - o dobro do que eu ganhava. Aí eu conheci a blogosfera de finanças e a Real, isso me fortificou e instruiu bastante.
Motivado me dei bem no emprego - o que estou até hoje - e recebi um aumento poderoso no salário. Vendi a moto e peguei uma bem mais econômica. Estou voltando a estudar. Eu sou da opinião que a vida não tem muito sentido se você não passar os genes adiante, não criar herdeiros, então decidi me casar novamente. Ao contrário da minha ex-mulher, minha noiva fica mais bonita a cada dia que passa e está adorando aportar dinheiro e ver o patrimônio crescer, ver os sonhos se tornando cada dia mais próximos. Eu sei que todo relacionamento apresenta riscos imensos, mas estou disposto a tentar uma última vez. Estamos juntos há quase 3 anos, planejando um casamento simples daqui 2-5 anos, e tudo correu muitíssimo bem até agora. Ela me respeita e discussões são extremamente raras.

Futuro breve (30-40 anos)
Fazer 30 anos me deixa apavorado. Lembro que quando era adolescente parecia que chegar aos 30 levaria uma eternidade, mas tá logo aí. Idade de tiozão. O pior é pensar que realizei tão pouco na vida, não alcancei nenhum sonho material, não tenho muito patrimônio. É triste imaginar que ainda vou levar uns 10 anos pra alcançá-los, lá com quarentão, mas ao menos sei que agora tenho boas chances.

No próximo post falarei um pouco sobre o título desse blog e minha teoria que chamo de "Império Pessoal".

Até breve!